E se esvai no momento seguinte...

domingo, 4 de julho de 2010

Aline e o espelho...

Acordei em uma noite gelada, vestindo meu habitual pijama azul comprido de babados. Estava com muito sono e senti como se alguém estivesse me chamando baixinho. Achei que era invenção da minha cabeça e tentei dormir. Rola pra lá, rola pra cá. E a voz que me chamava era doce e suave, feminina, como em um sonho bom. Cada vez eu ouvia esta voz mais forte, mas eu não sabia distinguir de onde vinha.
Levantei no escuro e olhei pela janela: a lua estava cheia. Fiquei um tempo olhando para ela, que emitia seu brilho suave e iluminava todo o meu quarto, que era no sótão, em uma casa de madeira.

Nessa época eu estava no final da minha adolescência, e ainda mantinha meus cabelos cacheados e castanho escuro, a pele levemente morena, o olhar de gata.

A voz parou de me chamar, e isto me tirou do meu transe com a lua. Fiquei curiosa e comecei a procurar de onde vinha a voz tão melodiosa. Sempre procurei enxergar o que os outros não viam. Sempre defini as coisas com as minhas palavras inventadas.

Quando olhei pro meu espelho que estava iluminado pela luz da lua: eu a vi. Linda, com cabelos pretos e lisos, pele quase transparente e uma voz sedutora. Eu sabia que tinha chegado a minha vez. Foi assim que atravessei o espelho, em busca das experiências que me fariam ser como eu sou hoje...

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