E se esvai no momento seguinte...

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Cap 18 - O Retorno

Fazia tempo que eu não via aquelas mesmas paisagens, aqueles mesmos rostos, sentia o cheiro de minha infância, ainda conseguia ouvir as brincadeiras que fazíamos.
Então tive que lidar com o momento que a memória mais aterrorizante que tinha vivido ali retornara para me assombrar. Ao contrário do que sempre fiz me permiti analisar com outros olhos aquela situação... Eu era apenas uma vítima, não tinha culpa pelo o que tinha me acontecido, mas eu não queria contar para a minha família, pois eles não entenderiam... Mesmo assim, contei do abuso que tinha sofrido em uma noite sem lua por algum idiota viajante, falei sobre a minha decisão de fugir, que trabalhei como mulher da vida por um tempo em um cabaré e que viajei para vários lugares e conheci muitas pessoas e paisagens, algumas maravilhosas outras nem tanto.
O nosso reencontro foi doído, houve muito choro e pedidos de desculpas, embora ninguém de minha família fosse culpado de nada; nem mesmo eu. Meu pai e meus avós já tinham morrido. Que Deus os abençoe e os guie para a luz! Perdão papai, nunca deveria ter partido.
Minha mãe estava velha e um pouco caduca, me reconheceu de primeira, mas acho que as emoções fortes acionaram o mecanismo de defesa e ela não me reconheceu mais... Devaneou contando histórias sobre a filha mais velha dela que tinha desaparecido no mundo: eu.
Se eu soubesse o quão errada eu estava por acreditar em ameaças vãs, por acreditar que eu não teria o apoio que agora consigo ver que eu teria... Talvez eu nunca estivesse partido... Talvez eu tivesse partido mesmo assim...
Mas agora não era tempo de se lamentar, já tinha sofrido muito em minha vida e feito muitas pessoas sofrerem com a minha ausência. Era o tempo de cuidar de minha mãe, como ela me cuidou quando eu nasci, era tempo de retribuir e de amar infinitamente.
Assim todas as histórias e tramas que tinha vivido pareciam apenas um sonho ruim que acabou. De qualquer forma era o que eu esperava que acontecesse, nenhum dos homens que me enganaram habitavam mais meu coração, escrevi tudo em muitas páginas de tristeza e sofrimento, li e reli até parecer que não era mais sobre mim que tudo falava e queimei. Queimei não porque estava com vergonha do passado, não. Queimei tudo pois era o único modo que fazia sentido para eu seguir em frente.
O tempo passou e minha mãe morreu, e com ela uma parte de mim! Mas agora eu sabia que era apenas mais uma parte do ciclo natural da vida, uma passagem rumo ao desconhecido. Vendemos a casa de meus pais e eu comprei um chalé no sopé da montanha, cultivava ervas e escrevia canções de amor e alegria, ou seja, tudo aquilo que eu gostaria de ter encontrado na vida e que agora estavam mais perto de mim com essa conexão mágica que tinha com a natureza, os animais e o povo que vivia perto vinha me visitar quando necessitavam de um elixir, quando uma grávida estava perto de dar à luz ou quando alguém estava para fazer a sua passagem para o mundo desconhecido de onde viajante nenhum retorna.

Escrito há muito tempo atrás, publicado em 24/10/18.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Passado

Oi! Tudo bem com você?

Fazia muito tempo que eu não escrevia aqui naquele formato que adoramos ou não...
O fato é que estava pensando sobre o passado, sabe?

Todas aquelas histórias micosas, divertidas, não tão divertidas assim, tristes, porém sobrevivemos! Tamo aí vivendo, pagando uns boletos e se divertindo quando dá... Faz parte do rolê

Enfim, estava pensando sobre o quanto eu sou apegada ao passado, às pessoas que conheci, aos rolês que fiz, aulas de campo, conversas aleatórias em momentos únicos. Todas as experiências e sensações que vivi e que estão guardadas em minhas memórias.

Junto a elas tem emoções que não processei direito na época, que ficam guardadas e de repente retornam à superfície em um momento aleatório da vida. Daí eu choro muito, sem saber o porquê, até mesmo já esqueci o evento que me magoou, ou me deixou com raiva ou alguma outra emoção negativa. Mas os efeitos continuam lá...

Estranho não?

Mas todo aprendizado é válido e essas situações existem para a nossa evolução. Então deixo o choro rolar, tento me conectar com a situação que me deixou mal e me liberto.

#por um mundo com uma ótima saúde mental

É só isso mesmo!

Boa noiteeeee

Ou bom dia
Ou boa tarde
Ou boa madrugada
Ou boa alvorada
Ou...
Faloou!

Paz ✌️

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Tempo

Me dê um tempo, tempo.
Me deixa relaxar e pensar
nas coisas importantes:

Aquele seu beijo, seu sorriso
Entrelaçar meus dedos no seu cabelo
Sentir seu cheiro na minha pele

Me dê um tempo
pra jogar fora
todo o lixo (senti)mental

E corra lento nos momentos bons,
passe rápido nos mo(senti)mentos ruins
Me deixe te provar
pelo avesso
por inteiro

*Escrito em 04/07/2013 às 20:55 no Politécnico.