E se esvai no momento seguinte...

domingo, 3 de novembro de 2013

Por dentro tem um surto













Por dentro tem um surto
Salto sem demora
De dentro pra fora
Querendo enxergar
Aquilo que me faz sofrer

Correr, sofrer, morrer
Faço sem demora
O começo do meu grande fim
Começa e termina em mim

Por dentro tem sempre um surto
Susto sem demora
Que ocorre na aurora
Quando nada está bem com o nosso amanhecer

Por surto sempre tive
Dentro
A certeza
Do fim
Do dia (sem demora)

E amanhã começa tudo de novo
Segunda-feira...


*Dedico esta poesia à Gabrielly Marcondes

Apenas mais um palhaço

Teu requebrado
O modo como se move
Em minha direção
Sorrindo de lado
Com ar de palhaço
Me quebra e me joga no chão

Se você está sóbrio
Abraço, óbvio
Quando ébrio
Até o Sol é pouco
Pra me prometer

E quando amanhece
Me esquece
E eu fico aqui pensando
Que foi mais um sonho meu
E não quero desejar
Quem já me esqueceu


(27/09/2013)

Sonho Louco 32981738921749

Tive um sonho muito louco ontem:
Sonhei que a personagem principal(um outro eu meu) se mudou com seu recém-marido para uma mansão em que um animago habitava, mas o casal não sabia disso ainda. Quando um dos 8 objetos de poder sumiu: uma cobra venenosa que após picar meu marido ficou louca (?) e quando minhas vizinhas bruxas descobriram que a cobra (que tinha um nome específico) tinha sumido, o animago a libertou. Então a cobra voou para longe e descobrimos a casa do animago: uma gaveta de um cômodo não utilizado e que tinha no closet uma passagem secreta para um sótão.
Depois de alguns problemas e do sumiço do meu marido, acabo sendo encurralada pelo animago e seu grupo em um lago extremamente azul claro, salto o lago e corro em um precipício enquanto eles tentam me atingir lá de cima fazendo as rochas deslizarem, até que alcanço o topo e o sonho acaba.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Mudança Doce

'Alguma coisa mudou'
'Alguma coisa mudou'
É algo que ecoa em meu íntimo
Âmago, não amargo

É como pegar uma avenida
E todos os sinais
São verdes
Viram verdes
Piscam verdes
E não é alucinação

É o começo
É o novo
Ilimitado
Inevitável
Destino
Pega e faz!

Chega e dá-lhe!

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Ciclo da Tristeza (in)Finita

....A verdade é que eu me acostumei com as dores... Não somente aquela dor nas costas fruto de quem carrega seu próprio mundo nas costas como a dor psíquica de não conseguir aquilo que se quer.
Eu estava presa naquele ciclo vicioso de reclamar, tristeza, chuva e mundo sem carinho. Quis chorar as lágrimas não vieram, quis dormir e o celular despertou. Tudo era uma roda de dor, tristeza.
Para mim era tão comum que eu tinha medo de quem eu seria se não fosse toda esta dor, aquilo de certa maneira era o que melhor me definia, na minha opinião....

O apoio de uma pessoa da minha família foi essencial para eu buscar ajuda, e então tudo começou a mudar, aos poucos. Ainda era difícil levantar da cama, mas o dia fluía de maneira mais suave. Chegou no ápice da mudança no EREGEO. De alguma forma tudo estava tão diferente, pois eu estava diferente. Talvez um pouco mais igual ao meu 'eu anterior', aquela pessoa feliz que alegrava a todos com suas palhaçadas. Talvez menos de tristeza, talvez mais de alimento. Com certeza mais amigos e através deles que eu me senti de volta pertencente a algum grupo, me senti parte integrante do mundo novamente. No auge dos meus estados 'perdida' e 'triste pra caralho' que eu me (re)encontrei e cada um teve uma importante participação, mesmo que no backstage.

Aprendi que quando a vida não te traz 'aulas de campo' você tem que correr atrás! Junte os amigos, faça uma vaquinha e vai! Só vai! A vida é mais do que existe dentro dos muros da sua casa, dentro dos muros da faculdade, dentro dos muros do trabalho, dentro dos muros que você impõe a si mesmo...

Quebre o ciclo, vá pra rua! Ouça os passarinhos na praça às 7 da manhã.Veja o luar do mirante mais alto. Sorria ao vento que brinca com seus fios de cabelo.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Epifania da tristeza aleatória

Era uma vez...

Não, não era! E era isto que a incomodava. Nada era como ela queria ou esperasse que fosse. Parecia que quanto mais perto chegava de seu objetivo cada vez mais ele se afastava tanto que parecia inatingível aos olhos de quem está totalmente abalado.

Parecia mais um final de tarde mas nunca era só um simples entardecer... Quando ela olhou pela janela tinha perdido novamente aquele ônibus que fazia três semanas que ela jurava para si mesma que iria conseguir pegar. Mas ela não conseguia.

Almoçar era melhor quando estava sozinha pois não tinha que se preocupar se alguém importante a acompanharia e não tinha que lidar com a frustração de levar um bolo pois é difícil isso acontecer quando se caminha sozinho. Mas a janta era uma parte importante do processo, esta ela não gostava de fazer sozinha, pois ficava a sós com seus pensamentos mais densos e isto fazia ela se sentir solitária. Como um pássaro sem liberdade. Como uma paisagem sem cor, uma vida sem amor. Era justamente de tudo isto que ela queria fugir. 

E tudo, sempre, dava errado. Mesmo que fosse satisfatório nunca era um décimo do que ela queria. Estava acostumada a trabalhar em um alto nível de expectativa mas tem coisas que simplesmente não funcionam assim! 

Sentia dores nos olhos de tanto ter se acabado de chorar na noite anterior mas aos olhos dos outros tudo estava normal. Era difícil ver a desordem e o caos reinando por trás daqueles olhos brilhantes e cheios de vida... Ok, não brilhavam exatamente por estarem felizes e sim por justamente o contrário: ainda restavam lágrimas a serem derramadas e sempre tinha um idiota sedutor para fazer estas serem expelidas nas horas mais impróprias, mas ela resistia. Chorava todas as noites em que a barragem interior era incapaz de conter as milhões de lágrimas represadas por tanto tempo. Assim, a água salgada natural jorrava pelo vertedouro cintilante de seus olhos negros encorpando os rios em que desaguava. Havia sempre o risco de causar inundações gigantescas. Mas era o perigo que se corria...

Desiludida da vida ela se trancou no alto de uma torre, onde ninguém a via e isto não era muito diferente da realidade que ela sentia que fazia parte. De lá do alto ela podia ver as multidões correndo apressadas para mais um dia inútil de trabalho para ganhar aquilo que você utiliza para comer e comprar mais coisas inúteis que obviamente você não precisa. Não era melhor caçar para viver?

Ela definhou, sonhou com grandes palácios e comida a vontade. Sonhou com seu belo vestido dourado e o rosto de seu amado "príncipe encantado" enquanto homens de armadura a levaram para dar de comida aos leões.

Seus olhos estavam distantes, sua pele estava ressecada, seu cabelo desgrenhado. Mal tinha forças para parar em pé, mas ela tinha escolhido morrer da pior maneira: parou de alimentar os próprios sonhos e morreu engolida pela besta selvagem que é a sociedade "civilizada". Alguns ainda dizem que ela mora naquele beco vendendo poções do amor. Outros que ela viajou com os ciganos, outros ainda dizem que ela virou mendiga. Mas ninguém sabe realmente o que aconteceu... Talvez nem ela mesma!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ela e ele

Ele não conseguia acreditar que ela estava ali...

Depois de tanto tempo ela simplesmente surgiu em sua porta deste jeito: com esta cara de 'cachorro pidão' como quem diz "o que eu perdi? me aceita de volta?".

Ele esperava que ela o esquecesse, o odiasse ou apenas tirasse ele da cabeça, mas apesar de todas as tentativas tudo foi em vão. Ela não conseguia esquecer ele, ela não conseguia odiá-lo por entender automaticamente seus motivos e até mesmo porque ela sabe que no lugar dele teria feito pior, ela não conseguia tirar ele do coração não importasse o que tivesse acontecido. Mesmo se a morte os separasse, ela ainda carregaria ele em seu coração e em sua mente, como uma conexão inquebrável.

Ela estava de volta, ele estava confuso mas a deixou entrar.

Ele precisava de ar, como ela estava ali de volta? Ele tinha se assegurado de ter feito tudo errado para afastá-la e isso só a atraiu ainda mais pro seu mundo. Ele tinha medo de fazê-la infeliz. Ela tinha medo de perdê-lo. Ele queria um futuro melhor para ela. Ela queria que ele não a descartasse ou a abandonasse quando soubesse como ela poderia ser malvada e toda errada. Ele não queria magoá-la. Ela queria magoá-lo por ter sumido, mas não conseguia, como alguém conseguiria machucar ele? Impossível! Ele é perfeito demais pra ela. Ele só tem medo de não ser tudo o que ela imagina. Ela não se importa, somos humanos certo? Todos temos defeitos e apesar de eu não ter descoberto os seus eu ainda quero tentar... Ele não sabia ao certo o que dizer, então foi fazer um café. Ela começou a ter uma crise de insegurança pela falta de palavras e ações, então fugiu pela janela da sala. Quando ele voltou ela não estava: tinha partido. E na mesa de centro só tinha uma rosa branca com uma gota de lágrima.

Acaba o primeiro ato, fecham-se as cortinas.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Música do dia:


Have you ever felt like you've been hurt before?
By the ones that said they only loved you more?

Inflicted pain and scars of sorrow,
like an empty shell I wait for tomorrow...

I sit here wondering why you walked away
Did I ever do you wrong in any way?

Was it something I said to you that made you change?

There is no more sun... there is only cloudy days. Yeah

What goes around will come around and come back and get yah...

domingo, 28 de julho de 2013

Desabafo 19834673871698899

Não vou dizer mais uma vez que estou bem porque seria mentira: eu não estou bem.

E não faço a mínima ideia de até quando vai durar este 'luto' interno, esta pena de si mesmo, esta dor.

Estou me segurando o melhor que eu posso enquanto eu ainda tenho obrigações no semestre letivo a fazer, mas eu sinceramente tenho medo de desabar.
De se falar diariamente para nem saber como você está e ter qualquer tentativa de aproximação ignorada por você é realmente triste e eu posso dizer que eu não consigo mais lidar com isto.

O fato é que eu me apaixonei perdidamente por você, fiz coisas por você que eu não faria por mais ninguém, enfrentei quilômetros, medos, enfrentei minha própria insegurança gritante.

E o que me eu sei sobre isso? Nada.

Nenhuma notícia, nenhum motivo, nenhum adeus, nenhum, nada...

Eu simplesmente não sei porque você desapareceu e eu só tenho a minha incrível imaginação para pensar o que possa ter acontecido, e a minha criatividade voa na velocidade da luz, já fiz e refiz este caminho várias vezes tentando responder porque isto aconteceu.

Talvez a minha insegurança e paranoia aliadas ao meu comportamento obsessivo para te contar a única coisa que mais estava me incomodando por não ter sido dita: meus sentimentos por você.

Confesso que eu fiquei com raiva, eu fiquei triste, eu senti dor a todo momento e te procurei onde sabia que não estava. Mesmo agora eu ainda me pego sonhando com você, eu ainda sinto algo muito forte por você e você sabe disso, não tem como não saber. Eu sempre tento ser transparente, mas quando se trata a sofrimento eu tenho uma grande barreira que eu carinhosamente chamo de 'sou egoísta com meu sofrimento', isto porque ver os outros sofrendo comigo ou tendo pena ou tentando ajudar às vezes me faz sofrer mais ainda, ok que frequentemente alivia o peso da dor, mas faz doer mais.

Dói, ainda dói. E de repente eu me vejo tendo uma crise de choro nos lugares mais inesperados.

Eu sei que para ti deve ter sido o dobro de difícil do que está sendo para mim, devido a sua situação e eu queria que dividisse isto comigo.

Olha, eu sei que eu não sou perfeita. Sei que tenho medos e dificuldades que me fazem eu me sentir a pior pessoa do mundo, mas eu realmente, mesmo depois de tudo, eu ainda quero realmente que as coisas deem certo. Mas mais que todo este discurso que nem ao menos sei que lerá eu quero alguém que me queira, que me escolha. Maior que tudo isto eu quero que você seja feliz.

Mesmo que para isto eu não esteja feliz. Mesmo que depois de tudo eu ainda me sinta deprimida o bastante para não colocar o nariz pra fora de casa no final de semana. Mesmo que eu definhe aos poucos. Mesmo que eu supere e siga em frente eu tenho certeza que eu nunca vou te esquecer e duvido que o que eu senti por você e ainda sinto suma de dentro de mim, e sim, eu estou fazendo de volta, estou me declarando para o nada que não vai me responder, quanto mais responder o 'eu também' e acho muito improvável eu ouvir um 'eu também te amo'.

Se eu fosse um pouco mais louca e tivesse garantias que você estaria em sua cidade no final de semana era bem capaz de eu brotar por aí bem na louca, mas aí eu penso no que eu poderia ouvir e no quanto eu poderia sair machucada e olha, eu realmente não quero praticar um atentado contra minha vida.

E por mais louco que seja eu ainda tenho esperanças de você brotar de um bueiro e dizer 'oi' como se nada tivesse acontecido. E eu não sei o que eu faria mas eu tenho certeza que eu adoraria descobrir.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Cap 16 - Outra cidade

A próxima cidade demorava mais de um dia para chegarmos então tínhamos que dormir no trem mesmo.

Certa hora da noite enquanto todos estavam dormindo eu sentei do seu lado mas ele não acordou, fiz carinho no rosto dele e ele abriu os olhos, quando eu percebi já estava beijando ele com muita vontade.

Até que ele me interrompeu e disse a frase que nunca sairia da minha cabeça: eu tenho uma noiva me esperando na próxima cidade.

Mais que rapidamente abandonei o banco ao seu lado e voltei para o meu, tratei de dormir e de evitar aqueles olhos verdes que possuíam a chama da vontade, me consumia, me atraia como se fosse a única coisa possível no mundo, eu deveria me unir a ele, podia sentir esta afirmação em cada osso do meu corpo, em cada fio de cabelo meu.

Quando acordamos ele disse que gostaria de continuar me vendo nesta próxima cidade, eu não respondi.

Chegando lá conheci o Timoteo, que me pediu para chamá-lo apenas de Tim. Ele levava meus recados para o Giuseppe e trazia as mensagens dele para mim. Foi um tempo bom, onde nos encontrávamos escondidos com a ajuda do Tim que vigiava os caminhos que levavam até o nosso esconderijo: o alto de uma montanha. Íamos para lá sempre a noite, o céu era quase sempre de um estrelado espetacular pois dava até para ver a Via Láctea. Eu me sentia cada vez mais apaixonada pelo Giuseppe, e a cada sorriso, cada olhar, cada contato era sublime e pela primeira vez eu me senti completa, cheia de amor por ele.

Nunca quis pressionar ele por causa de sua noiva mas o meu sonho mais secreto era viver junto dele sendo aceita na sociedade. Eu até cheguei a realmente considerar esta hipótese, mas isto foi antes de...

domingo, 21 de julho de 2013

Cinco horas da manhã

São quase cinco horas da manhã, alguns diriam que é insônia, eu digo que é apenas um saltitar entre mundos.
Ontem foi um dia estranho, eu realmente me acostumei a me lamentar nos finais de semana.
Realmente eu deveria deixar pra lá o que me magoou, desapegar desta dor que me liga a você.

Eu ainda tenho esperanças de um dia você aparecer do nada, como quem brota de um bueiro.

Este vazio que está aqui dentro é ensurdecedor!

Sei porque demorei tanto para escrever sobre isso: ainda dói.

E eu tentei de todas as formas chegar até você: e-mail, sms, liguei inúmeras vezes, skype e até cheguei a pedir para deixarem recado que eu queria/precisava falar contigo e naada!

Não sei qual foi o motivo que te levou a sumir e já fiz milhares de suposições, alguma delas deve estar certa, ou não. É injusto você poder ter informações sobre mim e eu nenhuma sobre você! A minha vontade é ir aí perguntar pq vc fez isso?

Eu não posso escolher por você.
Eu não posso falar por você.
Eu não sou você.

E eu não posso continuar sofrendo.

Eu tenho uma faculdade pra terminar, um emprego pra me dedicar e alguém que é amável comigo. E eu sei que jogaria tudo pro alto pra ficar contigo. Mas...

Desculpa dizer mas a minha vida não tem espaço pra sofrer por você!

Se for pra ser, não será agora.
Se não for, paciência

Se eu continuar assim vou ficar doente de tanta tristeza...
Preciso agir! Preciso limpar a casa e colocar o lixo pra fora logo!

Preciso parar de acreditar que um dia você vai voltar, parar de esperar que isto vai acontecer...

O meu maior medo aconteceu: eu fui abandonada.


sábado, 20 de julho de 2013

O sol poente...

Faz dias que ela não sorri - disse a moça referindo-se a mãe dela - e também não come, não dorme. Fica só deitada na cama olhando o infinito, parece que nem mesmo nos enxerga.
E o doutor examinou a mulher de cinquenta anos de idade que estava no estado catatônico, analisa daqui, mede a pressão, tira a temperatura, liga a lanterna nos olhos para ver se estão respondendo - nada.
A filha ansiosa pergunta: "é grave doutor?" e o médico responde: "vou precisar de mais alguns exames, muito obrigado".
Fazia dias que a mulher estava entregue ao estado de tristeza profunda, tinha chegado a hora.
Em uma tarde eis que apareceu seu ex-marido na porta do quarto, ele foi até a cama, fez carinho no rosto dela e pronunciou as palavras que ela mais tinha sentido saudades: "eu te amo", "eu te amo, Beatriz! Por favor me perdoe!".
Aquelas palavras a libertaram do sofrimento, ela mexeu a cabeça, seus olhos se encheram de lágrimas e a vida dela voltou a ganhar cor.
"Eu senti tanto a sua falta...", e uma lágrima caiu, "mas eu tive medo..." ela soluçou.
"Está tudo bem, tudo vai ficar bem! Não precisa ter medo!" disse ele a tomando nos braços.
"Obrigada por tudo, obrigada por vir aqui me tirar do sofrimento!" ela sussurrou.
"Eu vim porque você me chamou em seus sonhos e agora tudo vai ficar bem!"

E eles caminharam juntos em direção ao sol poente, não pela última vez.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Em cima um céu de nuvens


Em cima um céu de nuvens
O tempo estava frio
Os corações: quentes
Muitas emoções
Neste [re]encontro

E eu estava ali do seu lado quando você acordou
Tinha cuidado do seu sono
Te fiz cafuné, cantei pra você dormir
e te dito [enquanto dormia] para descansar bem

Depois que realmente acordou sorriu
Olhou pra mim e disse: bom dia
Perguntei se tinha dormido bem
E você respondeu que maravilhosamente

Então nada mais importava
Tínhamos apenas mais algumas horas
Até a próxima despedida

Você e eu
Continuamos a sonhar
mesmo acordados

Juntos!

domingo, 26 de maio de 2013

Cap 15 - A Viagem

Despida de todas as intenções sobre o mundo eu apenas me deixei levar pelo trem para onde quer que ele fosse. Não vou dizer que eu não tinha esperanças de ser aceita em um outro lugar porque eu estaria mentindo: queria que me acolhessem como um igual...

A cada parada eu brincava mentalmente de onde eram as pessoas, para onde estavam indo e o motivo que fazia elas se deslocarem por tantos quilômetros. Enquanto inventava histórias meu coração se curava, e em uma destas paradas entrou um homem simples, com o olhar brilhante e calado, mas eu podia jurar que conseguia ver um sorriso singelo nos olhos dele.

Por obra do destino se sentou na minha frente porque tinham ocupado o lugar dele: era só um casal tentando ficar junto, algo que ele resolveu com apenas duas trocas de palavras sem alterar seu humor, ele tinha fibra isto eu podia sentir de longe. Como os bancos eram de frente um para o outro eu podia observá-lo sem mesmo ter que mexer a minha cabeça, e nem mesmo meus olhos, adoro a minha visão periférica. Nenhum dos dois falava. Foi a viagem mais comprida que eu já fiz e a mais rápida.

Ele desceu logo na próxima estação e eu sem pensar desci junto. Eu não tinha para onde ir, o que fazer, onde ficar, meus planos estavam zerados então eu decidi arriscar. Ele sorriu enquanto me entregava a minha mala de mão, pegou a dele e desceu. Não o vi por dias naquela pequena cidade, me instalei em uma taberna e passeava todos os dias pelas ruas, no horário em que o trem passava eu sempre estava por lá para verificar se ele passaria por ali, nenhuma notícia.

Um dia em uma praça teve uma apresentação dos guardas na praça central e sem querer o encontrei em meio a multidão. Mais que rapidamente me posicionei ao seu lado e quando ele percebeu a minha presença olhou para mim e disse que precisava conversar comigo. Eu gelei de medo... Medo do quê? Como falar todos os medos que passaram pela minha cabeça? Nos sentamos em um banco da praça e conversamos, descobri seu nome: Giuseppe, descobri o que ele queria falar: me convidava para ir para a próxima cidade, descobri que o sorriso dele era ainda mais bonito quando ele mostrava os dentes! E o que eu tinha a perder? Nada. Ponderei sobre o fato de um estranho [que tinha algo de familiar] vir me fazer uma proposta destas pois eu obviamente estava sozinha... Mas nenhum aviso mental surgiu e eu concluí que ele estava sendo sincero.

Partimos alguns dias depois...

domingo, 28 de abril de 2013

Ser saudade...

Não consigo ser saudade
pela metade,
sou inteira mas me falta
meia parte. 
Em pedaços dividida
procuro pela totalidade:
entre seus braços (abraço) felicidade.

Tentando liquidar a saudade
eu me liquidifico, e no ébrio líquido me afogo
na esperança dum afago seu.
Então vem a madrugada
junto o mundo onírico,
onde posso te encontrar,
finalmente empírico
ao término da alvorada
assim poderemos finalmente sonhar:
juntos (a caminhada)!


*Poesia feita na madrugada, junto com as corujas e os latidos. Os gatunos estão ocupados com a gatunagem. Em ode aos apaixonados viajantes entre mundos. Bom dia!


Sobre isso eu te digo, "Declamar.rar":

Pra ti fiz uma poesia,
de saudades dos sorrisos (todo dia)
Quero ver o que faria se eu aparecesse aí
pra declamar e declarar o que sinto por você,
meu amor, meu sol, meu bem querer.

E quando o amanhecer chegar
tudo será nosso lugar
porque estaremos juntos!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O encontro com a fada verde


Era mais uma viagem como tantas as outras, esta em particular era parecida com a do dia anterior. Mas a paisagem mudava com os diversos tons de verde que cintilavam com a luz do sol e a sombra das nuvens, em sua maioria eram plantações de soja e milho.
Havia uma tristeza sem fim no dia anterior, algo que nem a própria pessoa que a sentia sabia porque aquilo estava acontecendo, alguns diriam que ela estava prevendo...
Quando vieram buscar as duas não havia mais uma gota de lágrima a ser derramada, a fonte fora totalmente secada no dia anterior. Por causa das causas humanamente inexplicáveis ocorreu um fato, ela e sua amiga encontraram um outro caminho, levadas pelo destino percorreram distâncias nunca dantes adentradas, em uma outra visão, um outro empenho e quiçá uma outra dor.
E o pânico virou torpor, o indescritível se tornou motivo de riso e os problemas viraram pó na imensidão de nuvem de poeira vermelha rodeada pelos verdes-amarelos-marrons.
Em uma decisão simples houve uma troca de postura, troca de visão, troca de ônibus. Com o incentivo certo mergulhei na parte mais profunda do meu ser e entendi. Como uma epifania que ocorre em dias quentes, ter um sonho certo ou até mesmo perceber que a fada verde guiou seu caminho até a próxima decisão.
E ela nasceu e ganhou força com a maior facilidade pois parecia que cada ponto anterior ao fato contribuiu para este momento, como dizer que gosta e do que sente falta.
Somente um fazia um contraponto, um dos grandes, muito grande, muito forte, talvez mais importante do que ela conseguisse admitir pra si mesmo. Somente um motivo fazia com que a decisão ficasse difícil, mas o mesmo tornava a possibilidade interessante. Como ao transgredir uma regra sentia o gosto do perigo no ar, e aquilo a excitava ainda mais a continuar.
E assim foi perfeito, estranho e mais uma vez tornou a quebrar, mil pedaços de coração lançados ao vento.
Enebriada pela vontade de esquecer tudo o que a fazia triste não pela primeira vez ela chorou, algo que tinha se tornado comum nos últimos dias.
Sem entender como e porque ela chorou mais uma vez, e outra, e outra, abriu seu coração e quis destroçá-lo, quis deixar de sentir, de sofrer, de chorar mas não sabia o que fazer, qual caminho seguir. Ao invés de utilizar a sua espada para matar todos os medos, ela matou a única pessoa que importava para ela, não pela primeira vez...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Solomun - Around


Have you ever felt like
You've been hurt before?
By the ones that said
They only loved you more?

Inflicted pain and scars of sorrow
Like an empty shell I wait for tomorrow
I sit here wondering why you walked away
Did I ever do you wrong in any way?

Was it something I said to
You that made you change?
There is no more sun.
There is only cloudy days.

What goes around will come around and come back and get ya

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Verso do avesso


Avesso.
Retrocesso.
Aceso.
Inverso.

Tempestade de areia
em um copo d'água
Vidro,
quebrou.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Quando eu crescer eu quero ser...


Quando eu era criança, em uma espécie de sacada que tinha lá em casa eu ficava olhando para a Lua cheia.
Imaginando um grande amor, amar e ser amada, ser feliz. E eu desejava ser grande, crescer rapidamente para poder ser feliz.
Casar, ter filhos, cuidar dos filhos, do marido. Cozinhar para todos, comprar presentes pros sobrinhos e para os filhos, ajudar na lição de casa. Passar o Natal na casa da mãe, cuidar dos cachorros.

Uma vida simples e feliz.

Mas quando a gente cresce, o primeiro desejo ao se deparar com as injustiças, a falta de valorização do trabalho, dificuldades na faculdade, relacionamentos que te 'puxam para baixo' e todo tipo de treta possível, só deseja uma coisa ao olhar a Lua cheia: por favor, posso voltar a ser criança?

Decepção

E certo dia, quando tudo dá certo: você consegue fazer o trabalho acadêmico que ultimamente mais enche tua cabeça de preocupações... Eis que surge o mal do coração. Gostar de alguém que não gosta de você. Que não quer conversar contigo, que não se preocupa de verdade.

Me sinto traída, traída pelo fato de não ser avisada da culpa da pessoa por "eu ter sido usada".

Sei o que escolho para a minha vida. Sei quando eu me meto em uma roubada, e você pode ter certeza que eu sei, e mesmo assim escolho.

O único motivo para alguém me falar que se sente mal com isso é pq se importa com as cagadas que eu estou fazendo. Bom, se isso significasse que você me ama e que quer ficar para sempre comigo seria ótimo... Mas não, porque isso não existe. Contos de fada não existem, fadas não existem, gnomos existem porque eu quero que neste post eles existam.

E sabe? Eu odeio pensar em como eu perdi tempo gostando de você, me apaixonando a primeira vista. Lutando contra meu desejo de te agarrar na frente de todo mundo. Lutando contra mim, por causa dos meus princípios. Desejando-te a cada dia mais, e me corroendo por isto. Olhando pros seus fucking olhos e pensando como seria bom vê-los sorrir por mim e para mim. Por que sim, seus olhos brilhavam intensamente, seu sorriso era como um farol pra mim, até hoje, só até hoje. Não permito mais que você seja o meu " objeto de paixão". Cansei! Uma vez era bom, suprimi e ressurgiu e eu só levei patada. Me apaixonei de novo e esses dias atrás, terceira vez ou segunda pela mesma pessoa, você. É muita falta de criatividade!

Sinceramente meu coração está partido. Com vontade de nunca mais te ver na minha frente porque eu tenho medo de tudo o que eu sinto por você volte e eu ter mais uma vez o meu coração partido por você. Dói.

A única coisa que eu desejo para você é a mesma que sempre desejei para ti: seja feliz.

Eu preciso encaminhar minha vida. Preciso esquecer você. Deixar o mar lavar estes sentimentos que não cabem mais em mim. Nunca couberam. Eu... Eu... Eu...am... Eu... Foda-se!

Esta história tem que acabar aqui e agora. Só por hoje eu vou continuar gostando de você. Só por hoje eu vou continuar querendo ver o seu sorriso. Só por hoje eu vou querer estar ao seu lado e te fazer feliz. Só por hoje eu vou querer que converse comigo e me dê atenção. Quando eu acordar vou arrancar você do meu coração, nem que para isso eu tenha que tirar meu coração junto. E então eu não vou mais sentir, não vou mais sofrer. E então tudo será curado. Assim eu serei livre para me ferrar novamente.

Este post se auto-destruirá em 3 2 1... Cabum!

sábado, 26 de janeiro de 2013

Liberte-se

Era mais um dia comum, com tarefas comuns, ou seja, com a mais perfeita rotina inquebrável. De repente minha mente deu um clique: eu faria diferente! Assim, coloquei uma roupa leve, peguei a minha bike e pedalei para a descida mais próxima. Me joguei, deixei a gravidade agir. Me inclinei sobre a bicicleta para pegar mais velocidade.

Eu finalmente estava livre de todas as preocupações que me corroeram nos últimos dias.

Sentia o vento batendo em meu rosto. Ah! A adrenalina!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Cap 14 - Sonhos

Mergulhei no mundo onírico e despertei no paraíso: uma ilha. Lá havia chuva e sol, mar de baía, botos, barracas. Caminhei até onde eu poderia ficar sentada sozinha, sempre assim: sozinha. Lá do banco de areia eu podia ver as pessoas tão pequenas que pareciam formigas.

Experimentei o mar, estava levemente frio em um primeiro momento, depois de um mergulho ficava delicioso, com as pequenas ondas da baía batendo suavemente na margem, natureza me cercava e de algum modo eu me sentia protegida.

Saí do mar e corri pela praia enquanto o vento levantava uma poeira de areia que deixava rastros ondulados, um espetáculo divino. Chamei o seu nome que eu nem mesmo sabia, corri mais ainda, a noite caiu. Cansada e desiludida, inebriada pela beleza natural e completamente triste por não ter alguém íntimo com quem dividir a paisagem voltei ao camping, e na simples cozinha te encontrei.

Conversa vem e vai, fomos para a praia, apreciamos a madrugada, a companhia um do outro, e quando percebemos vimos o sol nascer lindamente. Nos dias anteriores a chuva tinha castigado as barracas, o que tornava esta aurora ainda mais especial. Senti uma conexão com a vida, contigo, com o amor transcendental que eu nunca tinha experimentado. Você quis ir embora, eu não quis que você fosse. Não queria perder o momento, meu déjà-vu anterior me dizia que você era especial, alguém que eu não poderia deixar ir facilmente, alguém importante para mim. Mas eu não conseguia dizer isso, as palavras pareciam não ser suficientes para expressar o momento, e realmente não eram, agora eu sei. Eu só sorria por sua causa.

Deixei você partir, mas ficou uma promessa atrelada aos 'olhos-de-boi' e quando eu deixei o medo de não te ver de volta me consumir, perguntei se eu deveria persistir e achei o 'olho-de-boi' mais lindo. Carreguei-o em todos os lugares, nos banhos de mar, no chuveiro, debaixo do travesseiro, era uma promessa. Como não te encontrei nos outros dias decidi sair a sua procura, enfrentei mangues, a noite, a insegurança, o meu medo de ser rejeitada de novo por alguém. Errei o caminho mais de uma vez e quando estava quase desistindo encontrei o caminho certo, e você estava lá. E eu não sabia o que dizer, mas entreguei aquele símbolo de promessa, tentando demonstrar o quanto eu queria que continuasse.

De volta parecia que qualquer palavra estragaria o momento, eu só queria ficar ali, ali onde eu finalmente me senti completa como nunca antes me senti, feliz, repleta de amor infinito. Então a chuva veio, lavou meu sonho e o levou para onde eu estava: mais uma vez indo para longe, fugindo. Um lugar que ninguém soubesse quem eu sou, onde eu pudesse recomeçar, mas meu lar estava por perto, eu podia sentir meu coração pulsando forte. Havia uma espécie de ligação invisível entre nós dois, e eu sorri timidamente para o nada. Eu sei que você está aí em algum lugar e eu não vou desistir tão fácil de você.