Era uma vez uma moça que vivia em um lugar lindo, mas ela não sentia que pertencia realmente àquele lugar. Sentia-se como um peixe fora d'água, lutando para respirar em uma atmosfera que não era a dela. Buscando se encaixar, mas não encontrava seu lugar. Talvez ela fosse a peça errada de um brinquedo há muito tempo perdido. A última peça que não tinha sido guardada no guarda-roupa.
Sentia-se só, como se o mundo estivesse a engolindo de dentro por fora. Apreciara o pôr do sol e o nascer do sol, a mudança das estações, as chuvas e os eventos estelares, o ciclo das marés, a alegria do começo, a dor da perda. Mas era como se nada disso fosse realmente importante. Faltava amor universal, faltava o sorriso no rosto, aquele que antes era constante e abundante.
Mais do que só sentia-se abandonada, como se seu próprio povo tivesse ido embora e a deixado esquecida para trás...
Até que um dia seu mundo ganhou mais cor quando o conheceu... Ele, ela nunca iria esquecer, daquele brilho no olhar, a sensação da sua pele na dela, o calor dos seus beijos, a tempestade de prazer infindável que advinha de sua presença, seu cheiro, seu gosto. Parecia que nunca era o suficiente.
Ele tinha seu coração, seu desejo, sua loucura atadas à dele. Era recíproco, ela a instigava tanto quanto ele a deixava louca. Não importava o nome que tinha ou não... Era o momento deles, delicado, delicioso, delirante... Nessas horas ela sentia que poderia ser completamente ela mesma, sem medos, sem vergonhas estranhas, sem restrições. E ele sentia o mesmo.
Quando ele se foi, ela se sentiu sozinha de volta, ansiosa por encontrá-lo, nem que fosse no além ou na brevidade de um sonho. Daria tudo para sentir o gosto do seu beijo mais uma vez.
Quando chegou a sua vez, ela abraçou a morte como se fosse uma velha amiga, conversou com ela e pediu conselhos além vida. Ele a estava esperando, não pela última vez.
Como pode um mundo inteiro caber dentro de apenas um abraço?♥️