E se esvai no momento seguinte...

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Dolina

Ouço o chão rachar rapidamente e ceder embaixo dos meus pés, o buraco não é profundo e eu não me machuquei muito. Mas estou confusa e um pouco desorientada.
Grito procurando ajuda é ninguém vem, ninguém viu o que aconteceu...
Penso em uma forma de me libertar sozinha, mas o medo me paralisa.

Analiso a situação em busca de coisas que eu possa usar para me tirar dali. Celular? Descarregado. Alguma coisa em que eu possa subir? Não enxergo, pois está escuro. Ouço barulho de água embaixo de mim, talvez o chão solape outra vez. Tento rezar, mas esqueci como faz. Tento gritar e minha voz falha. O choro vem e lava meu rosto. Vejo uma luz lá em cima, trepidando tal qual a chama de uma vela. Uma explosão faz o chão tremer e um pouco de terra cair sobre mim, vejo um caminho, mas não é fácil.

Me agarro à rampa de terra, sinto minhas unhas raspando o solo, dói, mas eu não consigo soltar. Saio rolando. Em uma última tentativa, respiro, pego distância e corro o máximo que consigo, ao chegar próximo as árvores me jogo no chão. Eu finalmente estava livre! Nesse momento a terra tremeu outra vez e eu saí correndo para algum terreno mais estável. Sinto que posso desabar a qualquer momento novamente, mas continuo correndo. Chego em um rio, consigo água fresca e comida, cansada, mesmo assim me recuso a descansar. O que preciso? Para onde vou? Essas perguntas assolam a minha mente. Eventualmente o cansaço vence e eu durmo, acordo junto aos primeiros raios de Sol. A névoa sobre as montanhas desce e parece que estou em um tapete de nuvens.

Vai dar tudo certo. 

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